Calabar

Com as cravelhas do passado Gérson (Silva Santos) Neto tenta afinar as cordas nervosas do presente. Bípede implume por decisão própria, acha egretes penas de outros pássaros. Sua raça não nega, aliás é onde se afirma. Bilíngüe em várias línguas, o inglês é o melhor português em que se exprime. Não tem fé nem esperança, mania que aprendeu em com um amigo inglês. Por isso prefere começar seus weekends na segunda-feira, porque tem bem mais end. Quando fica não vai, mas sabe que é um equívoco... (continua...) Por Daniela Valentini »

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segunda-feira

Acho que devemos fazer coisa proibida – senão sufocamos.
Mas sem sentimento de culpa e sim como aviso de que somos livres.



Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.

São nas entrelinhas, naquelas finíssimas linhas entre o que existe e o que não existe, que escrevo essa história. São sempre naquelas passagens que pouca gente entende, que pouca gente acredita e que muita gente imagina que nem acontece. Para alguns simples sonhos, para outros apenas impossibilidade. E justamente por ser impossível, por ser simplesmente sonho, por ser inacreditável que vivo. Porque sou assim... de dentro para o mundo. Acreditando no impossível e escrevendo nossa história. Escrevendo-a sempre... sempre nas entrelinhas; nas finas linhas do real e do imaginário que construo e crio os melhores cenários de vida... de verdades, de sonhos e fantasias. Para além de mim... para muito além dos dias.

Foi assim ó:

terça-feira

Seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas sua boca não ouviu e beijou.

19 de maio, em 6 de Julho (O depoimento que não foi pro Orkut)

Porque A é a primeira letra do alfabeto, é também a primeira letra da palavra amor e se acha importantíssima por isso! Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe: "adeus"... É com A também que se começa "amizade" e isso a torna realmente especial... Ah, e é com A que se faz "abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em príncipe e vice-versa... Assim é ela, mÁgica.

19 de maio...

quinta-feira

Afinal de contas...
Não contam os contos de fada
que à meia-noite o feitiço não se acaba
e que a princesa não precisava ir embora
nem esquecer o sapatinho na escada
Mas ela sabe muito bem disso.

19 de maio...

Ela nunca foi garota alienada. Também vamos convir, nunca teve vocação pra ser Amélia, pra segueira múltipla e discursos sem opinião própria. Ela quer da vida o que ela tem de cru e de belo. Não está aqui pra que gostem dela. Está aqui pra aprender a gostar de cada detalhe de tudo, do todo. E pra seduzir somente o que a acrescenta. Adora poesia e gosta de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é seu inferno e sua paz. É dramática, intensa, transitória e tem uma alegria que me deixa exausto. Sabe sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Chora toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não venham com meios-termos,com mais ou menos ou qualquer coisa.Venha a com opniões formadas, alma, vísceras, tripas e ideais... Ela acredita é em alegrias explosivas, em olhares faiscantes,em sorrisos com os olhos, em xingamentos amáveis, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredita em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala verdades, na voz e no conteúdo. Acredita em profundidades. E tem medo de altura, mas não evita seus abismos. São eles que me dão a dimensão do quem é.

Eu por Daniela Valentini

sábado

Com as cravelhas do passado Gérson (Silva Santos) Neto tenta afinar as cordas nervosas do presente. Bípede implume por decisão própria, acha egretes penas de outros pássaros. Sua raça não nega, aliás é onde se afirma. Bilíngüe em várias línguas, o inglês é o melhor português em que se exprime. Não tem fé nem esperança, mania que aprendeu com um amigo inglês. Por isso prefere começar seusweekends na segunda-feira, porque tem bem mais end. Quando fica não vai, mas sabe que é um equívoco. É desmancha prazeres, mas só pelo gosto de arrumá-los de outra forma. Gente pra ele não tem interjeição. Às vezes fica fora de si e volta decepcionado. E diz que nem só comer e coçar é questão de começar. Viver também. Extremamente atento, quando não percebe é porque não tem brilho. Ou então já não respira. Um dia foi lá, mas não encontrou ninguém. E, desde então, o que mais o oprime é a certeza diária da abóbada celeste. Como o cão do provérbio, ladra e não morde, mas faz pipi em cima. Escreve pouco, lê paca, aprecia desgostos e, entre as seis e as seis e dez, tem sempre nove minutos de extrema euforia. Seu estilo é marcante, o seu rastro profundo, tem uma nuca impossível, o nariz aquilino e um pouco de miopia que o faz enxergar longe. Embora ainda não tal pai já é tal neto e Gérson é de onde se origina.
Gosta do canoa furada, rato de hotel, adubo químico e passe de mágica. Ama o feio e bonito lhe parece. Diz o que quer e vê o que não quer. Sua fisionomia é a contragosto pois o que ele adora mesmo é antipatia. Ancorado na Cruz, do alto daquela cobertura quarenta cegos o contemplam. Acha que homem serve pra se atirar caroço na cabeça do alto da sacada. E que feiura não se esconde, está na cara. Bolsa a tiracolo, dente incisivo, tem tanta fé no ser humano que costuma dizer que o lobo é o homem do lobo. Com uma mão lava a outra e com as duas bate palmas para os espectadores que saem no meio. Sólido de passo, é transparente no ato. Enamorado há pouco, esta morando num edifício com o nome da mulher, nessa suprema modéstia que é ser homem. Nos períodos do ano em que todo mundo faz sol ele chove a cântaros e ainda bate aquele barulhinho no telhado. Só entra em elevador que tem claustrofobia. Gosta de velho precoce, edifício sem último andar e restos de naufrágio. Às vezes sim, a maior parte das vezes porém não. Vaidoso, de vez em quando permite que um espelho se olhe nele. Mas na hora das grandes reflexões fica sozinho. Ainda muito moço já sabe bem o que quer: quando crescer vai ser um ancião. Está naquela perigosa idade entre os vinte e os noventa, quando não se dá mais mão dupla, ainda não se é senso único e já se tem que apelar para o nonsense. Mas quem olhar bem para o Neto perceberá, no seu five o' clock shadow, um atraso de pelo menos trinta e três minutos. Já o seu five o' clock tea é as cinco em ponto. E sua modéstia à parte ninguém bate. Um dia me fez um elogio tão sincero que eu percebi toda a minha hipocrisia.
Cognominado e imbuído, também foi aferidor no instituto de Dois Pesos e Duas Medidas. Não fuma e não bebe a não ser quando leva o cigarro aos lábios e o copo à boca. Vive todos os dias vinte e quatro horas, crê que a esperança é a última que mata, adora terapêutica e futebol sem botão. Acha a vida um jogo e por isso não joga. Em 27 de maio de 2007 entrou pessoalmente num curso de direito só para desmoralizar o arianismo dos juristas. E outra vez foi ao Jóquei com a mesma intenção, mas os cavalos da porta não o deixaram entrar. Sempre que chega em casa toca a campainha, complexo infantil de querer ser tratado como gente de fora. Está satisfeito com a própria vida embora continue achando a música muito melhor que a letra. Feito à semelhança de Deus diz que isso é um lamentável erro do Todo Poderoso. Com o mesmo material se poderia fazer um homem muito mais confortável aqui assim nos ombros.
Nada longe, cospe em distância, pára obrigatoriamente antes de atravessar, e vai sempre reto até o final e só aí é que dobra à esquerda. Depois da Igreja, é claro. Por isso um dia caiu no pélago profundo. Mas, como ninguém viu, fingiu que não foi nada. Imita bem Groucho Marx, Hitler, Churchill, Orlando Silva e Tereza Souza Campos, mas como faz tudo ao mesmo tempo, ninguém jamais percebe. No dia em que eu nasci não pôde comparecer, mas é tão educado que me mandou um cartão, 25 anos depois. Tem alguns amigos que se transviaram e, do lado de lá da calçada, começaram a assobiá-lo de outro prisma. Cético, só não funda uma religião com receio que o sigam. Primo entre si, fim de epopéia, Neto, em suma, não acredita que o DNA seja responsável pelo palhaço que mora dentro dele.
E, autodidata, nunca ninguém lhe ensinou como viver sua existência. Vive de ouvido.

quinta-feira

Há momentos na vida da gente, que a gente se pergunta por que é que as coisas são assim. São nesses momentos, que paramos para refletir sobre o real sentido das coisas... descobrindo assim as certezas e as INcertezas da vida que a gente vem carregando desde de sempre. O interessante disso tudo, é que não é apenas questão de rever os principios, mas é questão de rever a sí mesmo, em quem você se tornou em como você interage com as pessoas, se perguntar por que as coisas são assim não adianta em nada se você não demonstra pra você mesmo o seu brilho, a sua força, a sua garra, o seu carisma, o seu alto astral, o seu vigor, sua juventude. Não basta apenas mostrar pra você mesmo, você deve agarrar isso com tudo, e provar pra todo mundo do que você é capaz e COMO você se dispoe a encarar seu medos e seus tropeços de cabeça erguida, de peito aberto, sem medo, sem preceitos, sem esquecer de quem você realmente é de que como você realmente gostaria de ser. É com esse pensamento que você abre as portas de você mesmo para que o seu verdadeiro EU mostre a todos quem está por dentro e abrindo essa porta, também, é que você consegue trazer pra dentro, interagir com o exterior, absorver as coisas. Nessas horas, temos que ficar atentos e criar um filtro para drenar tudo de ruim e absorvermos somente o bom, o agradavel, o doce. Se você consegue acordar todos os dias, com o brilho nos olhos, disposto a enfrentar seus medos, e dar um tapa nos inimigos, você consegue obter de você mesmo e dos outros tudo aquilo que você sonha, tudo aquilo que você quer. É a capacidade de nos apaixonarmos todos os dias é que nos faz criar asas e alçar vôo rumo a lugares mais distantes, mais bonitos. O fogo inocente dos olhos de uma criança, o brilho curioso, é o que devemos ter para conseguirmos sonhar, viver, sorrir e crescer.
E para finalizar, uma citação, essa é para todos vocês então decore:
"Amanhã será tomorrow" - Falcão

terça-feira

É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão poerfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade

Definitivo

sexta-feira

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

Racionalizando

quarta-feira

Quando o amor é grande demais torna-se inútil: já não é mais aplicável, e nem a pessoa amada tem a capacidade de receber tanto. Fico perplexo como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom senso e senso de medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa.

terça-feira

Todos os grandes poetas se tornam naturalmente, fatalmente, críticos.

Quem não souber povoar a sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente.

A gramática, a mesma árida gramática, transforma-se em algo parecido a uma feitiçaria evocatória; as palavras ressuscitam revestidas de carne e osso, o substantivo, em sua majestade substancial, o adjetivo, roupa transparente que o veste e dá cor como um verniz, e o verbo, anjo do movimento que dá impulso à frase.